Ondas sonolentas a espreguiçar o mar contra as arribas escarpadas dos meus pés. E eu a versejar isto, a ver se acompanhava a densidade vagarosa da cadência:
Upa! Onda sonora do mar,
Ergue, suspensos no ar,
Os versos espumosos de esperança
A rumorejar
No inquieto vaivém da tua dança
Mansa.
Upa! Onda verde do mar,
Balança!
Agora que amainou a tempestade
E o batelão da liberdade
Flutua à vontade,
Enfunado pela brisa da bonança,
Deixa naufragar nas tuas águas
As mágoas
Do passado
Deslembrado.
Purifica com salgada frescura
A largura
Vertical deste poema inacabado.