Posts Tagged ‘Guerra’

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Conflito

24/09/2012

Sou eu o refém dos pensamentos

Contraditórios e quezilentos

Que me pulsam nas fronteiras.

Ataco e contra-ataco nas trincheiras

De mim, d’alguém, daqui e d’além.

Sou, para o mal e para o bem,

Desertor de todas as fileiras

E o meu inimigo mais hostil.

Pelejando em terra de ninguém,

Sou uma guerra civil.

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A cobra está fumando

08/05/2009

Em 1940, Getúlio Vargas, então Presidente da Répública do Brasil, afirmou «ser mais provável ver uma cobra a fumar que o Brasil entrar na Guerra». Quatro anos depois, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) desembarca em Nápoles, juntando-se às Forças Aliadas no combate às tropas de Hitler, apoiadas pelas Forças Armadas italianas.

Fotografia surripiada à cara podre em: http://www.ww2incolor.com/

Fotografia surripiada à cara podre em: http://www.ww2incolor.com/

Rapidamente, a FEB adapta a expressão a lema de combate.  Uma cobra a fumar o cachimbo da guerra foi então adoptada como símbolo da FEB e bordada nas fardas desta força militar.

Nos dias em que se adivinhavam batalhas intensas, comentava-se entre os pelotões que compunham a FEB, «hoje a cobra vai fumar!», em alusão às metralhadores, apelidadas de «cobras», e à fumaça que delas emanava após rajadas ininterruptas de tiros.

Na fotografia, o soldado Francisco de Paula carrega nas mãos uma munição sorridente, onde se encontra redigida a expressão que popularizou a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Na década de oitenta, a época dourada dos serões portugueses preenchidos pelo exótico sotaque da ficção brasileira , a expressão vira ladaínha,  graças à telenovela Sassaricando.

Arriscar-me-ia a dizer que «a cobra está fumando» é bastante mais conhecida devido à ficção do que pelos factos contidos na História, pelo menos para nós portugueses.

Eu próprio julguei que a expressão era um original da Rede Globo. Descobri a verdadeira génese, há dias atrás, enquanto lia qualquer coisa sobre Getúlio Vargas e sobre a evolução política do Brasil.

Com efeito, às vezes a realidade é bastante mais estranha, complexa e interessante, do que alguma ficção.

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Uma Guerra, dois lados, o mesmo inimigo

07/05/2009

Guerra Colonial

Fotografia: in Os Anos da Guerra, Círculo de Leitores

Num dos livros pertencentes ao meu pai e que em miúdo mais me fascinava,  descobri esta pequena pérola. Reforcei aquilo que penso relativamente às guerras: andam homens, pertencentes a dois lados, a matar-se mutuamente, quando o verdadeiro inimigo, de uns e  de outros, é a ignorância.

A ignorância indiferenciadamente cultivada pelo Estado Novo, quer nos povos da “metrópole”, quer nos do “ultramar”. A ignorância que leva Chefes de Estado a declarar guerras em nome da paz e a invocar o nome de Deus nos seus intentos bélicos. É tudo isto  a ditar que homens educados pela guerra sejam incapazes de construir a paz.

A Guerra do Ultramar, foi mesmo um CUlonato de ignorância pegada.