No talefe, a eternidade é paralisia verde.
Um manto desalmado nos arbustos
Que se enruga nos relevos e se perde
Em tons de monotonia mais vetustos.
Penedias de adoração contemplativa,
Sustendo vagas de seiva sedativa
Quase parada, sem nenhuma pressa.
E uma transfusão fisiológica começa
No silêncio expansivo da respiração.
Novo ímpeto geológico me atravessa
Como terra parda a pulsar no coração.
Então,
Tudo transforma em transcendência
O bruto músculo contorcido do chão:
O verde é só uma capa de aparência,
A calma é um ermo duro de ausência
Arrasada pelo mar de pedra e criação.