De mim, a lira de Orfeu nunca quis nada.
Seja qual for a melodia
Finamente dedilhada,
Serena no seu som,
Não me alivia
A desventura malograda:
Desejo a absoluta poesia
E o mais que a vida me confia
É uma solfa desafinada,
Fechada
Às virtudes mudas desse dom.
Orfeu. E novo rumor desencantado me inquieta.
Como podem chamar-me de poeta,
Se faço versos fora de tom?