Posts Tagged ‘António’

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Menino coração

16/05/2013

Tem dois lados, o meu coração,
Duas partes nem sempre iguais.
Quando sente perde a razão,
Pulsa na alma e pensa demais.

O meu coração é fúria meiga,
É multidão e às vezes um ermo,
É côdea dura e é de manteiga,
É frio e derrete, não tem meio termo.

Dentro de mim trabalha um motor,
Bate no peito sempre a sonhar.
Batida a batida é um sonhador
O meu coração não pode parar.

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Poema para crianças e uma mais chamada António

20/10/2012

Era uma vez um velho feiticeiro

De chapéu de cone e barbas de nevoeiro

Que vivia num castelo de fantasia.

Era o mais sábio do mundo inteiro,

O primeiro a descobrir que existia

Um truque muito antigo de magia

Escondido no livro dos segredos.

E quando lhe perguntavam como fazia,

Sorria, abria o grande livro e dizia:

Abracadabra! e sacudia os dedos.

Logo explodia uma coisa bela,

Uma nuvem amarela de brilhantes

Luzindo no céu em planetas distantes.

E à noite, de sentinela,

Espreitando entre as frestas da janela,

O velho feiticeiro voltava a ser criança

Pequena e feliz, como era dantes.

Em silêncio, não acordava a vizinhança,

E transformava sonhos em estrelas cintilantes.

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O outro nome da imaginação

26/09/2012

Primeiro contacto do sobrinho com um dos vultos consagrados da literatura pátria, através do folheio delicado da sua fotobiografia.
– Quem é este senhor?
– É o senhor Adolfo. Mas gostava que lhe chamassem Miguel.
– Eu chamo-me António, mas gostava de me chamar Francisco.
E ficou a ressoar-me na alma a firme sensação de que a infância é o mais puro, mais fértil e mais asado dos pseudónimos com que a imaginação assina o destino de cada criatura.

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Fóia

31/07/2012

Fóia, Monchique. Fui hoje mostrar ao sobrinho a minha Meca caleidoscópica, o único lugar patrício onde posso certificar-me de que os meus marcos existenciais ainda se encontram no sítio. Integrados na estamenha natural sob o vínculo tutelar do anonimato, subimos, subimos, e ali estávamos os dois, lado a lado no transe da consanguinidade moral com as serranias, de olhos almofadados nas tintas indefinidas de tamanha beleza.

– Olha, tio, daqui vê-se a terra toda do mundo! – irrompeu ele dos rebentos silenciosos da monotonia, como que a fazer-me redescobrir novidades intrínsecas a um panorama invariável tantas vezes repetido e contemplado nos sentidos.

E, sentados em cima de uma pedra aquecida ao sol, com os dorsos da serra em frente e um luminoso mar azul nivelado pela rasura das calmarias em pano de fundo, abraçámo-nos num poema de telúrica ternura: eu, um verso a menos nestas montanhas, que não rima senão assimilado em estrofes de tristeza maciça; ele, um verso a mais, cândido, com o mundo enraizado nos pés e uma paisagem aberta a todos os horizontes da vida.

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Eu acredito no Pai Natal

24/12/2009

E sei exactamente quais os caminhos, atalhos, veredas e andurriais que tem que palmilhar, conduzido pelas nove laboriosas renas, até chegar a minha casa.

Com um vento que sopra do lado da pisca da cadela, sibilando debaixo das portas e ofuscando o estibilho dos guizos e sininhos, saber exactamente por onde anda o Pai Natal, conhecendo também quantas prendas já entregou, é a melhor forma de antecipar a que tempo cá vão chegar as do António e a que horas devo ferver o retemperador leitinho, para que esteja bem morninho à passagem do velhote.

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Àqueles companheiros d’armas

14/06/2009

A gente desunha-se, emaranhada em tormentas e aflições, para viver uma vida boa. Forja-se tudo o que mais valha para nos sentirmos bem connosco próprios e com os que nos cercam. Maquinam-se mil e uma formas de deixar um legado aos nossos descendentes, de modo a que a nossa figura, depois de fisicamente ausente, se torne perene no imaginário desses que cá ficam, martelando pelo mesmo objectivo. Foi assim desde o primeiro de nós, assim será até ao último.

Até ao momento, através do Terra Ruim, tive a oportunidade de condensar esta, esta, e mais esta história, tornando-as assim acessíveis ao António e aos que, depois dele, poderão vir. São três historietas colocadas ao serviço da memória colectiva das gentes de Monchique, e falam sobre criaturas de uma pureza, de um heroísmo humilde e sublime, que pensava extintos nesta brenha. Não são todas reais, mas todas têm qualquer coisa de verdadeiro.

No inarrável número de amigos que me tem acompanhado nas mais variadas contendas, tenho cá um, também ele dos bons, dos leais e dos rijos, capaz de ser o herói de muitas histórias dedicadas ao António e à minha gente de Monchique. Ainda não é tempo de contar essas histórias aqui. Nem em mais lado nenhum.

Esta tarde, passada bem perto do pequerrucho António, pensei para mim, no prazer que será um dia, poder apresenta-lo ao meu amigo Luís, monchiqueiro dos antigos, e deixar que este lhe conte pessoalmente uma das ínumeras e arrebatadoras histórias de que é principal protagonista. Aí terá chegado o tempo de as narrar. E, talvez o António saiba já melhor que eu, como redigi-las, com conveniente alarde.

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25 de Abril no calendário chinês

25/04/2009

No jantar de velada da Revolução dos Cravos, efeméride comemorada a rigor pela minha família desde que me recordo, não resisti à tentação e, por mais uma vez, em mais um ano, voltei a bombardear os meus pais com a singular pegunta cliché de Armando Baptista Bastos, «Onde é que você estava no 25 de Abril?»

Pelo 10º ano consecutivo, mais coisa menos coisa, obtive as seguintes respostas:

O meu pai cumpria serviço militar no Regimento de Cavalaria nº. 8, na cidade de Castelo Branco. Passou o dia a jogar às cartas…A dose terá sido de tal forma enfastiadiça que ainda hoje, apesar duma ou outra taça conquistada em torneios de Três Setes –  o jogo emblemático cá da terra – é muito raro vê-lo de cartas na mão. Quando o faz, aguenta pouco mais que 3 partidas seguidas. O enfado das cartas, no 25 de Abril de 1974, terá sido de tal forma excessivo que também eu demonstro uma certa moléstia pelo jogo. Ver-me a disputar uma partida de cartas é tão raro quanto ver um carro de matrícula espanhola sem bola de reboque atrás.

Quanto à minha mãe, costurava fechada em casa. Tentava acompanhar cada passo da revolução ouvindo a emissora nacional pelo transístor, (sem êxito “porque estava sempre a passar a mesma música”), com um medo de pelar que “eles”, os da PIDE, irrompessem casa adentro para a “virem buscar”. Desde esse dia que percebeu com que linhas se havia de coser, e, actualmente, sempre que lhe peço que me costure as bainhas dumas calças, é o cargo dos trabalhos… 

Se um dia os meus filhos, ou o António, me perguntarem onde estava eu no dia da Revolução dos Cravos, a resposta óbvia será a de que nessa data  ainda não respirava. Porém, se a questão for feita relativamente ao “25 de Abrul” (mês do cravo[?] no calendário chinês) dir-lhes-ei que estava no Largo Camões, em Lisboa, e que até as televisões o provam:

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P.S. A intenção,  já de si rídicula, de transformar o nome de Salazar em topónimo de rua, inaugurando o espaço ao público  no dia 25 de Abril, não lembra sequer ao diabo. A não ser que muitos, tal como eu, tenham assimilado desde tenra idade a ideia de que Salazar e o diabo são a mesma coisa – mais uma vez a minha avó é a grande culpada por pensar que o diabo é tão só a figura do Salazar, de tridente na mão, com cara e maillot  pintados de vermelho vivo, dotado de um extenso par de chifres e cauda pontiaguda. 

Ainda que esta cerimónia se restrinja à terra natal do ditador da fome e da miséria, só consigo encontrar paralelo na seguinte premissa rocambolesca: inaugurar, por altura do 1º de Dezembro, uma panificadora espanhola numa das naves do Mosteiro de Aljubarrota.

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De Espanha, nem bom vento, nem bom tempo, nem bons festivais

20/04/2009

Entre uma chuva espessa e incessante, e um mar de lama e poças de água “café com leite”, lá se cumpriu a promessa de assisitir ao tão ansiado concerto dos californianos Bad Religion.

O dia até nem começou mal. Arrancámos até Faro, eu e o Rui Gordo, onde nos esperava o Lince. Chegámos cedo de mais e tivemos de nos entreter a brincar com as cabras da bitch parade da capital algarvia, enquanto o professor do Wall Street Institute despachava a última aula do dia. O Luisinho já estava em Mérida desde Sexta-Feira e por lá nos encontrariamos com ele.

Trouxa arrumada, fome enganada por uma rápida refeição de polímeros no Fórum Algarve e Mérida aqui vão eles… Mal as rodas do bumblebee rolaram sobre território espanhol, fomos contagiados pela habitual maledicência portuguesa: “pela qualidade do alcatrão dá logo para ver que neste país se investe com qualidade”, disse um, “isto aqui é que é, tudo plantadinho, nada ao abandono”, acrescentou outro, “aqui trabalha-se!”, fechou um terceiro o rol de comentários, simultaneamente de desdém à pátria lusitana e de fascínio para com aquela realidade estrangeira que se nos deparava;

À medida que penetravamos naquela terra, e já depois do bumblebee e das carteiras experimentarem o sabor do gasóleo a preços mais baixos, tudo era perfeito. Nem a cara cerrada e macambúzia da empregada de caixa da área de serviço de Trigueros quando automatizou um seco  “buen viaje”, beliscou a ilusão entretanto gerada. Afinal, tinha sido o país daquela senhora de bochechas pendidas a dar-nos a oportunidade de ver finalmente ao vivo uma banda pela qual tinhamos esperado, durante incontável tempo, ver um dia no nosso.

Um céu de nuvens aborregadas deixava-nos na dúvida quanto às condições atmosféricas que iriamos encontrar em Mérida. Os sites consultados nos dias anteriores ditavam previsões pouco animadoras: aguaceiros que se levantariam noite dentro, até que o céu ficasse entregue unicamente às constelações de estrelas.

Pior foi depois da travessia do Túnel de La Media Fanega. ” – Lince, sabes que se atravessares o túnel da Gardunha a pé morres asfixiado quando estiveres mais ou menos a meio?!”, disse o Rui. ” – Oh Gordo…” roncou o Lince. E ao fundo do túnel, contrastando com a luz do seu início, um escuro chuvoso que se abria para a Serra d’Ossa Morena. Extintos os ténues raios de Sol, seguimos pela autoestrada ao ritmo dos acordes do cd “The New Maps of hell”, acompanhados pelo vaivém dos limpa para brisas.

Seguiamos rumo a Norte, descobrindo afinidades entre a Extremadura espanhola e o Alentejo. “- E não se bebe aí um cafézinho?”, perguntei, sentindo a espinha e as pernas dormentes de mais de duas horas seguidas de condução. “- Eu já mijava”… “-E eu também”, concordaram eles com a ideia de pararmos.

Estupefactos pela ausência de áreas de serviço perto da autovia Ruta del Plata, com as bexigas opadas e os pulmões dos camaradas a pedirem carvão, decidimos sair da auto-estrada em direcção a VillaFranca de Los Barros, uma localidade a pouco mais de 40 Km de Mérida.

Depois de percorrermos uns 2 Km sem vivalma, encontrámos, no meio do nada, um desses cafés de beira de estrada, que mais parecia saído de um filme do Tarantino. Lá dentro, duas slot-machine arrumadas à porta, um homem de barriga inchada, de olhos e mãos fixados nas maquinetas. Ao balcão mais 4 ou 5 clientes falando ao mesmo tempo orquestravam uma musicalidade desafinada ao espaço. O chão, coberto de cascas de amendoím e cabeças de camarão, há muito que não conhecia as caricias alternadas da pá e da vassoura. Fizemos o que tinha que ser feito para aliviar as aflições fisiológicas e pedimos 3 cafés ao balcão. O tipo que nos atendeu, falando estranhamente para dentro, como se aspirasse as palavras, mandou-nos seguir em frente, atravessar “el pueblo” e virar à esquerda na próxima rotunda de maneira a recuperar o caminho a Mérida, pela auto-estrada.

Entrámos em Mérida já a luz natural do dia seguia envergonhada, continuava a chover. Duas ou três voltas pela cidade e o local do ExtreMusika 2009 continuava incógnito. “-Temos de perguntar a alguém onde é que isto é”, disse já com pouca paciência para mais carrosséis pela cidade. “-Pergunta aí a um espanhol, Lince”, continuou o Rui, aproveitando-se do domínio do castelhano por parte do nosso camarada.

No regresso ao bumblebee, já com a rota definida pela a ajuda do espanhol de óculos cravados na cara vermelha e sacos do Carrefour nas mãos, senti o pé esquerdo deslizar sobre o passeio, como se de repente, o chão tivesse criado lisga. Bem pior!!! Era merda… Ao aperceber-me exclamei: “Tá bonito e leva jeito, vim a Mérida pisar merda…” “-É sinal de sorte, Edu…” gracejou o Rui…

Com os pés limpos pelas daninhas, fomos então ao nosso destino. Estacionámos e percorremos a pé um longo trajecto até ao recinto. Nas bilheteiras, em frente a um amontoado de tendas que flutuava na lama, encontrámos 2 contentores gigantes convertidos em bilheteiras. Dinheiro na mão, pulso esticado e são-nos cravadas as pulseiras azul bebé, com um doce cheiro que, não destoando da cor, também lembrava bebés. Lembrei-me do António e das expectativas que tinha em conseguir do concerto dos Bad Religion qualquer coisa que valesse a pena um dia contar-lhe.

Com os estômagos a dar horas, avançámos uns metros, guiados pelo cheiro gorduroso a carne rançosa assada. Parámos em frente a uma tabanca enfeitada de réstias de alhos e cebolas penduradas nos cantos, onde um espanhol de sorriso seboso e óculos de fundo de garrafão nos convidava a aproximar dos seus produtos. Comprámos chouriços assados numa chapa encardida dum negro opaco, onde o espesso fumo da confecção se misturava com o vapor causado pela queda das gotas da impertinente e omnipresente chuva. “-Aqui não há ASAE”…balbuciou um de nós, com a boca cheia. 

Largados pelo sorriso seboso do espanhol voltámos ao carro, para novamente voltar ao recinto. “-Se ao menos encontrassemos o Luisinho…” suspirou o Rui, depois de durante a viagem termos constatado que sem serviço de roaming activado, encontrar um português chamado Luisinho no ExtreMusika 2009 era bem mais difícil que encontrar uma agulha espanhola num palheiro de Mérida. À medida que nos encaminhavamos para o palco, o lamaçal era cada vez maior, a chuva cada vez mais impertinente, a iluminação quase inexistente e as expectativas geradas em Portugal cada vez mais enfadonhas.

O concerto de Misfits foi mau, os asturianos WarCry uma vergonha… entretanto já se tinha dado a aparição do Luisinho junto de nós, confiante de que, pouco tempo antes do concerto mais aguardado, estariamos perto do palco a marcar posição.

Foi com uma enorme salva de chuva, poças cada vez mais extensas e lama pelos joelhos que a 21st century digital boy inundou a uma plateia ávida de qualquer coisa que derretesse a gélida desilusão que estava a ser aquele festival.

Máquinas fotográficas em riste, vozes a desafinar em coro, pés a chapinhar no chiqueiro e o momento musical do ano tomava lugar ali, completamente fora daquilo que todos nós tinhamos sequer equacionado como o pior contexto possível no espaço e no tempo.

No final, todos, incluindo Greg Graffin, eram unânimes de que tinha valido a pena passar o cabo das Tormentas para nos deliciarmos com um momento de que poucos fãs da banda sitiados em Portugal se podiam orgulhar.

Terminado o concerto, já sucumbidos aos pés gelados e a mais 3 Kg de roupa encharcada, incapacitados de acampar naquele dilúvio fomos, eu e o Lince, pelo mesmo caminho escuro, atascando pé ante pé junto às barracas de comes e bebes onde os motores das arcas lambiam as poças de água e punks  bêbados jaziam sepultados por copos de cerveja e vinho… O Rui e o Luisinho iriam ter connosco daí a pouco tempo.

Foi já dentro do bumblebee, com roupa seca, embora os pés igualmente gelados, que eu e o Lince considerámos ser mais sensato zarpar de imediato, rumo a Portugal . Eram 1h:00 da manhã, hora portuguesa, às 5h:00 estariamos num aconchego muito melhor em Faro. Mal o Rui chegasse, partiriamos de regresso.

Entretanto o carro do Luisinho atolara no barro e o Rui só voltava daí a uma hora. Fartos de Espanha e da chuva, com o ego empanzinado pelo magnífico concerto, tornavamos a Portugal ao som da Enola Gay dos OMD, repetida duas vezes na Rádio Extremadura e numa outra estação rasca espanhola.

Num “zapping” radiofónico, conseguimos sintonizar a Renascença, e, por momentos, soube-nos bem ouvir falar alguém despido da pronúncia de pipocas quentes a queimar a língua. Sem par de ténis suplente, o lince conduzia descalço, praguejámos a péssima organização do festival, o café espanhol e as condições meteorológicas adversas. Afinal Portugal não era assim tão mau, os nossos festivais eram “bem mais à maneira” e os nossos enchidos muito mais dignos de uma digestão como mandam as regras.

Pelo caminho, para vencer o sono, decidimos contar todas as casas de alterne existentes à beira da estrada. Não contámos sequer uma…

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É hoje!

18/04/2009

Em 2000 fui proibidíssimo pelas autoridades paternais de me deslocar a Paredes de Coura para assistir a uma das poucas aparições dos Bad Religion em solo luso. Contava “apenas” (para os meus pais) com 17 anos, era demasiado longe, não havia companhia que se responsabilizasse, não tinha dinheiro para tantos dias fora, e aí por diante.

Nem a brilhante recta final escolar, com boas notas nos exames nacionais, nem os 2 meses de trabalho num restaurante da terra, demoveram o zelo dos progenitores no sentido de obter, no mínimo, uma precária de 3 dias que me abrisse as portas à banda que ainda idolatro.

Nos anos estudantis passados em Lisboa, tive a oportunidade de assistir a concertos monumentais, de outras tantas bandas que fazem parte do meu ego cultural.  Vivi, juntamente com os meus dois compinchas de casa, na expectativa de que, durante esse período, os Bad Religion voltassem a marcar presença no nosso país. O tempo passou, tal como outros concertos, outras bandas, e Bad Religion nada! Estabelecemos então um pacto entre nós: um dia mais tarde, iriamos estar os três presentes num concerto de Bad Religion, alargando o raio de possibilidades a uma possível actuação por “terras de Cervantes”.

Foram mais de dez anos a reunir esperânça e a compilar toda a discografia (original) de Bad Religion à espera que este dia chegasse. Parto daqui a pouco rumo a Mérida, juntamente com o Rui Gordo e o Lince, para “pagar a promessa” da tríplice, e se possível, sacar umas boas fotos do momento. Com esta iniciativa, espero assim reunir mais qualquer coisa aos cd’s, recortes, bandeiras, t-shirts, de Bad Religion que tenho reunido ao longo dos anos e que já têm herdeiro definido: o António.

Será ainda uma oportunidade única de conhecer e apreciar as paisagens da Zona Centro-Ibérica, da Serra Morena e da Bacia do Guadalquivir, unidades morfológicas onde ainda não pus os pés.

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P.S. As sextas-Feiras à tarde, são reservadas à visita ao António. O puto está sempre bem disposto e irradia simpatia. Ontem havia qualquer coisa que o apoquentava e vi-o, pela primeira vez, chorar como se não houvesse amanhã. Partiu-se-me o coração…