Posts Tagged ‘Catástrofes Naturais’

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Ironias do destino

15/06/2010

via Geographile

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Advérbios de modo deslizando nas vertentes

05/05/2010

Imagem: TVI24

É a ânsia apressada da neologia informativa…

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As ondas sísmicas e o twitter

20/04/2010

Imagem desviada no xkcd.com. Clique em cima para ver melhor.

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O caçador de Vulcões: Eyjafjallajökull

15/04/2010

[ACTUALIZADO em 17-04-2010]

O nome do vulcão Eyjafjallajökull é tão difícil de pronunciar quão bonita é de se ver esta demonstração cacofónica da dinâmica interna do Planeta Terra que, passados cerca de 190 anos num azamboado adormecimento, decidiu acordar bocejando, cavernososamente, ao ritmo de duas erupções estremunhadas que lançaram o caos sobre o tráfego aéreo no Norte e Centro da Europa. Tudo isto num curto período de esfuziantes horas após a segunda erupção.

Sobre o Atlântico Norte, estendida em arco desde o Sudeste da Islândia até ao Norte e Centro da Europa, uma plumosa coluna de erupção, composta por cinza, vapor de água e aerossóis de origem vulcânica flutuando densamente na estratosfera, obrigou países como a Islândia, Reino Unido, França, Alemanha, Polónia e os escandinavos Suécia, Finlândia e Noruega, ao encerramento temporário de aeroportos, ou ao condicionamento e restrição do tráfego nos respectivos espaços aéreos. Nalguns casos, por tempo indeterminado.

A decisão teve como consequência a ruptura nas ligações aéreas dentro do continente europeu, e deste com os restantes quatro. Na sua origem está o elevado conteúdo em cinza, sílica e pequenos fragmentos de rocha provenientes da mais recente erupção do vulcão islandês que, para além de reduzirem a visibilidade, representam uma ameaça séria à integridade mecânica de motores e estrutura eléctrica das aeronaves. 

Imagem: Earth Observatory NASA.

A imagem acima (ver com maior resolução e pormenor aqui e aqui), capturada hoje pelo sensor MODIS a bordo do satélite Terra, em órbita na missão de monitorizar dinâmicas e processos deste género em todo o Globo, permite individualizar uma faixa de tonalidade bronzeada, bem contrastada entre os núcleos nebulosos envolventes, reveladora do elevado conteúdo em cinza. 

O Eyjafjallajökull (também conhecido como Eyjafjöll) é um estratovulcão, ou seja, um vulcão em forma de cone, resultante da disposição em camadas de materiais como cinza, lava, materiais piroclásticos e fragmentos rochosos decorrentes de erupções sucessivas.  Alcandorada a cerca de 1 666 metros de altitude, a lava expelida pela erupção do Eyjafjallajökull fundiu o manto aureolar de neve e gelo glaciares sobre o vulcão (mapa em baixo, com maior resolução aqui), acelerando a actividade explosiva do vulcão e, consequentemente, a evaporação e condensação de vapor de água que se junta aos restantes componentes sólidos e gasosos tradicionalmente expelidos pelas plumas vulcânicas e que agora se vêem empurrados pela circulação de Oeste.

A escorrência resultante do degelo abrupto do glaciar,   maioritariamente concentrada na vertente Norte do vulcão, fez levantar um alerta de risco de  foi responsável por inundações rápidas em pequenas localidades a jusante, obrigando as autoridades islandesas à evacuação de populações cerca de 800 pessoas.

Adenda:

A dispersão da nuvem de cinza vulcânica pela atmosfera pode ser acompanhada, em tempo quase real, nas imagens de satélite e animações dinâmicas disponíveis aqui, aqui e aqui.  Existe ainda a possibilidade de assistir à evolução da erupção através de imagens capturadas por webcams instaladas nas imediações do vulcão.

Mapa do vulcão Eyjafjallajökull. Roubada no Institute of Earth Sciences.

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Xynthia vista dos infinitos céus

02/03/2010

O sensor MODIS, a bordo do  Aqua, satélite de observação e monitorização dos processos relacionados com o ciclo da água em toda a extensão planetária, capturou uma esclarecedora imagem da Xynthia, depressão embravecida responsável pelo mau tempo dos últimos dias, na franja Oeste do continente europeu.

Chuvas diluvianas e rabanadas de vento com velocidades superiores a 200 Km/hora enxovalharam o território, causando inundações e estragos devastadores que tolheram a vida a, pelo menos 58 pessoas. Na imagem, capturada a 27 de Fevereiro último, pode ver-se uma amálgama nebulosa em forma de vírgula invertida, que se estende desde o Atlântico, abarretando por completo Portugal e França, até ao Norte de Itália.

Imagem: Earth Observatory, NASA

Para poder observar a espectacularidade eloquente da imagem, basta clicar aqui. (Resolução espacial de 1 quilómetro).

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Bertolt Brecht

25/02/2010

«Do rio que tudo arrasta se diz que é violento / Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem»

no poema Sobre a Violência.

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Depois da tempestade… pode vir outra tempestade

24/02/2010

A imagem do satélite geoestacionário NOAA, obtida através do cruzamento de dados provenientes dos sensores de microondas a bordo do satélite, demonstra a quantidade de humidade em circulação na atmosfera. É esta humidade que, teoricamente, dá origem à precipitação sob a forma de chuva, granizo ou neve. As áreas do planeta cobertas pela mancha poeirenta de nuvens assinalada a verde mais carregado são aquelas em que é expectável a ocorrência de maiores quantitativos de precipitação.

Na imagem, é possível observar um grande cordão de cumulonimbos (nuvens de grande desenvolvimento vertical) não apenas na região equatorial, como é habitual, mas também em latitudes um pouco mais a Norte, destacando-se um extenso cordão nebuloso, num assinalável tom de verde, ligando a região das Caraíbas ao Norte de África. Foi um mecanismo meteorológico deste género, (embora de maior magnitude), que deu origem ao evento torrencial extremo responsável – em parte – pelas inundações rápidas do passado dia 20 de Fevereiro na ilha da Madeira.

O facto da situação atmosférica actual se aproximar à que levou à catástrofe da semana passada NÃO quer necessariamente dizer que o episódio se volte a repetir, uma vez que as condições de pressão e temperatura  necessárias ao efeito podem nem sequer conjugar-se nesse sentido. Porém, a concretizar-se esta possibilidade, tudo indica que os aguaceiros e ventos fortes atinjam a Madeira na madrugada de Sexta-feira para Sábado, dependendo da dinâmica atmosférica global, durante as próximas horas.

Bem assim, atingido o estado limite de saturação dos solos, e numa altura em que todos os esforços se conjugam na reconstrução do território, envolvendo um conjunto considerável de recursos humanos e materiais no terreno, nunca é demais ficar alerta e acompanhar bem de perto a evolução meteorológica.

Imagem bispada no NOAA.gov em 24/02/2010

NOTA: [Os alarmismos desmesurados são de evitar. O campo potencial de precipitações está a ser devidamente acompanhado pelo Instituto de Meteorologia.]

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Pedra, pó e cacos

15/01/2010

E fico com os dedos empedernidos, sem conseguir teclar mais palavras, depois de ver esta imagem de muito alta resolução – do Grupo Geoeye – no Google Earth, com a devastação total provocada pelo Sismo de Port-au-Prince.

Imagem: Google Earth Blog

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O caçador de sismos

13/01/2010

Desta vez, a terra decidiu espanejar a brotoeja no Haiti, numa zona de subducção entre a placa das Caraíbas e a placa Norte Americana. A enérgica sacudidela, teve o epicentro a 15 Km da capital do país, Port-au-Prince (18.451°N, 72.445°O), tendo os sismógrafos do sempre actualizado e infalível USGS registado, às 21h:53m:09s, hora de Lisboa, uma magnitude de 7.0 na escala de Richter, a 10 Km de profundidade. A movimentação entre placas caracteriza-se por movimentos em direcção a Este da placa das caraíbas em relação à placa Norte Americana, a um ritmo de 20 mm anuais.

A cidade de Port-au-Prince encontra-se assente sobre uma falha de grande actividade conhecida por Fenda Zona Enriquillo e, apesar de não ser apontada como causa inquestionável para os abanões sentidos, a região em causa já conheceu outros terramotos igualmente catastróficos nos anos de 1618, 1673, 1684, 1751,  1761, 1770 e 1860 e 1984 observando-se uma inquietante calmaria na actividade desta falha nos anos mais recentes. 

Os primeiros testemunhos da catástrofe relatam uma situação de devastação e caos totais, sendo os meios colocados no terreno insignificantes face às consequências da tragédia. Grande parte dos edifícios ruiu, colapsando por completo, sendo possível contabilizar dezenas de mortos entre os escombros e entulho das ruas da capital deste país que ocupa a parte mais ocidental da Ilha de São Domingos, fazendo fronteira com a República Dominicana. Após uma réplica na ordem dos 5.9 da escala de Richter, foi já emitido um alerta de tsunami para os territórios caribenhos de Cuba, Haiti, Bahamas e Républica Dominicana [Actualização: a ameaça de tsunami não chegou a verificar-se].

Imagem mapa de propagação de intensidade sísmica. Fonte: USGS

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O Caçador de Movimentos de Massa em Vertentes

06/01/2010

Fotografia: Alferce, Serra de Monchique.

A enfadonha, estopada e flagelativa explicação do evento pode ser consultada aqui.